sexta-feira, 15 de julho de 2011

Polícia treina Porteiros no RJ

Para evitar assaltos em prédios, porteiros são treinados pela polícia

Quem entra, quem sai e quem fica no prédio? A segurança de milhões de brasileiros depende dos porteiros. No Rio, eles passam por um treinamento.


Os bandidos se aproximam. Disfarçado de entregador, um deles tenta entrar no prédio usando um nome comum. A moradora não está, mas o porteiro deixa o falso entregador entrar e é rendido. Poderia ser o começo de um assalto a todo o prédio, mas felizmente é uma simulação, encenada pelos porteiros que participam de um curso criado e administrado pela Polícia Militar do Rio de Janeiro.
O resultado do treinamento dos porteiros é palpável. Nos primeiros quatro meses deste ano, os assaltos à residência na área do 23º Batalhão da Polícia Militar, no Rio de Janeiro, diminuíram 35% em relação ao mesmo período no ano passado.
O porteiro Marcelo Pereira, que fez papel de bandido na simulação, tem apenas um mês de profissão como porteiro. Ele se sente mais seguro depois do que aprendeu. “Depois que a gente conhece mais nossa profissão, a gente tem noção da responsabilidade e de como exercer essa responsabilidade”, diz o porteiro.
O porteiro Roberto Nascimento, que representou o porteiro vítima, tem mais experiência, mas também ficou entusiasmado com as lições do curso. “Eles chegam numa hora em que você está despercebido. Um momentinho que você distrai é hora que ele chega. Tem que estar sempre atento”, ressalta.
As turmas, de 40 alunos, entre porteiros, síndicos e funcionários de condomínios, têm aulas teóricas e práticas. Aprendem desde prevenção de incêndios até truques para manter uma situação perigosa sob controle.
Marco e Manuel fizeram o curso quatro anos atrás. Passaram para os outros funcionários as lições que aprenderam e sublinham a atenção e os cuidados que um porteiro tem de ter sempre.
“Quando chega uma entrega da farmácia ou da padaria, o importante é morador descer e receber. Só que ele não faz isso. A gente liga e ele pede para subir”, conta Marco. “Tem de dar antes o nome e a identidade de todos eles que vão entrar no condomínio. Eles chegam, dizem para onde vão. Temos tudo anotado, é só conferir”, acrescenta Manuel.
Na aula prática, uma amostra do procedimento correto: se o morador não está, nada de permitir a entrada. Marcelo Pereira vai voltar ao trabalho consciente de que a importância do porteiro vai além de apenas abrir as portas. “Nós temos função muito maior: exercer a segurança. Se o bandido entrar, quem abriu a porta foi o porteiro. Tem de passar por nós. Quem entra ou quem sai, passa tudo pelo porteiro”, completa Marcelo.

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